Um certo Narciso…
[Para quem interessar , deve!]
Gostava tanto de si, que tratou de buscar uma serva-rica para se casar. A mulher , lustrava três vezes por dia sua pele,suas vestes, seu ego, seus espelhos .
Ritual sacro, repetido também todas as noites , nos silêncios escravos da alcova.
Ele, qual pavão exibia as penas brilhantes por onde passava, certo de que todos os olhares do mundo fitavam a luz [que pensava] , irradiante e irresistível.
Ele, qual pavão exibia as penas brilhantes por onde passava, certo de que todos os olhares do mundo fitavam a luz [que pensava] , irradiante e irresistível.
Assim, tão bem cuidado , postou-se dentro de sua própria vitrine, como se fora um diamante raro.
Tanto exibiu-se , que sequer percebeu-se Homem pretérito, tempo vencido, vitrificado.
O que resta d’Ele?
-Um amontoado de cacos!
nAnadeabrãomerij
[in, Dos Contos Mínimos]