_ no silêncio , a saudade habitada _
[ poema para meu Pai]
existiu um tempo em que :
* a felicidade sentava-se todos os dias no peitoril da janela..." [ Jorge de Sena]
na ramada de úmidos lírios
a casa suspira aromas de primaveras
como se de um cesto de frutas colhidas frescas
a pureza de infâncias derrama-se sobre a mesa
enquanto o tempo aprisiona a tua eternidade
semeio-te vento onde respira a nossa história
nos jardins, nas clareiras, nas azinhagas, no ar
assim, de ti me acerco com os olhos exaustos da luz
entre as esquinas da memória a pastorar os silêncios
onde respiram as velhas canções de ninar teus cansaços
como um poema ferido de amor sob o látego da insônia
assim,
de ti me acerco nas madrugadas de ausências irremediáveis
pelos cantos desocupados
onde te procuro neste vazio que nada preenche
como se a morrer-me em oferta consagrada
para atingir-te :
uma vez
outra vez
e mais outra
porque ainda caminhas:- por esta dor insaciável!
nanamerij
Simplesmente emocionante! Nana continuas uma Poeta da melhor qualidade!
ResponderExcluirLuiza Barcelos
Nana,
ResponderExcluirVocê é uma grande poeta, nas letras e nos
trabalhos visuais.
Lindo o seu poema, linda a ilustração da
página.
Paisagens que você constrói tão ricamente,
e são belas, muito belas,tal qual ascese da dor.
"Faço paisagens com o que sinto."
Fernando Pessoa
Beijos, querida,
Parabéns,
Eliana Crivellari-BH-MG
Luiza e Eliana , obrigada pela leitura e comentários: se poeta nao sei, escrevo meus viveres, e todas as vozes da vida que carrego dentro de mim.E são tantas....
ResponderExcluirBjs, nana