terça-feira, dezembro 20, 2011

Uma criatura [?] que se posiciona em prol da Pedofilia, convenhamos é dotado de valores e princípios impeditivos do que podemos chamar de Normal...




Os restos [I] morais de Ferreira Gullar:

Libidinagem,Preconceito e Racismo

Senilidade  ou Loucura?
anadeabrãomerij




O artigo Preconceito Cultural de Ferreira Gullar [Folha de São Paulo, de 04/12/2011] não me causou espanto. Explico: apenas confirmou a certeza de que o mesmo é um individuo de visão rasa, hoje mais explicitada, certamente, pelo estágio avançado de senilidade em que se encontra.
Única justificativa plausível para os impropérios que destila. Exemplifico: em 2008, no mesmo Jornal, Gullar afirmou:

“Se o sujeito nasceu pedófilo, por que sua preferência sexual é considerada crime? Por que punir quem já nasceu com esse impulso?"

Uma criatura [?] que se posiciona em prol da Pedofilia, convenhamos é dotado de valores e princípios impeditivos do que podemos chamar de Normal, por sua autodeclarada índole psicótica, logo capaz de tudo, provado está.

À época, esta escabrosa manifestação do Poeta, provocou debates e polemicas sérias sobre a sanidade de Gullar, ao tornar pública posição tão abominável e abjeta em defesa da pedofilia. Gullar se calou, fez-se de desentendido, postura que lhe é peculiar, quando se defronta com contraditórios a suas opiniões insanas e juízos ocos.

Ele é assim: ególatra, dono de repulsivas certezas. Talvez louco?

Eis que Gullar volta à tona a despejar dejetos de sua mente doentia, em claro e abjeto preconceito contra a distinção de uma  literatura negra, na critica que faz sobre a belíssima obra Literatura e Afrodescendência no Brasil: antologia crítica, organizada pelos professores Eduardo de Assis Duarte e Maria Nazareth Fonseca:- composta de quatro volumes fruto de pesquisa realizada em todas as regiões do país com vistas ao mapeamento e estudo da literatura produzida pelos afrodescendentes desde o período colonial. Esta antologia crítica envolveu 61 pesquisadores, vinculados a 21 instituições de ensino superior brasileiras e seis estrangeiras. 


"O resultado apresenta a faceta afro da literatura brasileira, num total de 100 escritores oriundos de tempos e espaços diversos, apresentados a partir de ensaios críticos, contendo dados biográficos, estudo de obra, relação de publicações e de fontes de consulta.

Precursores – volume 1 – 583 páginas É dedicado aos autores afrodescendentes nascidos antes de 1930. Cobre um amplo painel que se inicia no século XVIII com Domingos Caldas Barbosa, passa por Luiz Gama e Maria Firmina dos Reis, com suas obras pioneiras em meados do século XIX, chega a Machado de Assis, José do Patrocínio, Cruz e Sousa, Lima Barreto e abarca ainda autores do século XX, tais como Nascimento Moraes, Lino Guedes, Solano Trindade, Abdias Nascimento, Carolina Maria de Jesus, Mestre Didi, Eduardo de Oliveira e Carlos de Assumpção.

Consolidação – volume 2 – 441 páginas O segundo volume se inicia com o poeta e ficcionista Oswaldo de Camargo e trata de escritores nascidos nas décadas de 1930 e 1940, entre eles Joel Rufino dos Santos, Nei Lopes, Muniz Sodré, Conceição Evaristo, Adão Ventura, Paulo Colina, Oliveira Silveira, Domício Proença Filho, Geni Mariano Guimarães e Arnaldo Xavier. Aborda ainda o memorialismo angustiado de Francisca Souza da Silva, em sua perambulação pelas cozinhas, ruas e favelas brasileiras.

Contemporaneidade – volume 3 – 565 páginas Apresenta ensaio de Maria Nazareth Soares Fonseca sobre Cuti – poeta, ficcionista, um dos fundadores da série Cadernos Negros – e abarca um conjunto de 39 escritores nascidos na segunda metade do século XX: Miriam Alves, Edimilson de Almeida Pereira, Esmeralda Ribeiro, Salgado Maranhão, Éle Semog, Lia Vieira, Márcio Barbosa, Ronald Augusto, Paulo Lins, Ana Maria Gonçalves, José Carlos Limeira e Jônatas Conceição, entre outros.

História, teoria, polêmica – volume 4 – 419 páginas Eduardo de Assis Duarte e Maria Nazareth Soares Fonseca (org.) Contempla reflexões sobre o projeto de uma literatura negra ou afro-brasileira a partir de visões diferenciadas e contrastantes. Traz depoimentos dos escritores Abdias Nascimento, Oswaldo de Camargo, Cuti, Conceição Evaristo, Márcio Barbosa e Esmeralda Ribeiro, empenhados na construção dessa vertente. Além disso, apresenta textos críticos de Octávio Ianni, Silviano Santiago, Zilá Bernd, Leda Maria Martins, Zahidé Muzart, Maria Nazareth Soares Fonseca, Eduardo de Assis Duarte, Regina Dalcastagnè e Marcos Antônio Alexandre."

Ao criticar  obra de indiscutível relevância, Gullar  confirma-se como  um intelectual de visão rala e limítrofe.


Com certeza o Poeta desconhece a existência de trabalhos similares, que compilam, além das culturas especificas: a literatura cigana, a literatura cabocla, a literatura de cordel , a literatura indígena ,dentre outras, e sua contestação representa a mais rasteira exclusão do Negro. O que além de mesquinho e perverso , beira ao hediondo. 

Sinceramente? Nada do que diz F.G. me surpreende mais, causa-me todavia, absoluto repúdio por seu olhar racista que busca negar aos Negros o direito de resgatar sua própria história literocultural, repelindo de forma caolha até mesmo o significado de corpus cultural, ao desprezar teorias consagradas de que literatura é também a oralidade de um povo, sobrepondo a estas seu notório preconceito cultural. Já o fizera antes, no Poema Sujo, quando compara urubu com um negro de fraque. Recurso imagético grotesco , humilhante e separatista.

Gullar fere a dignidade daqueles que deram seu sangue, seu suor, suas vidas, para construção social e cultural do País. O Brasil é geneticamente Negro, negar tal herança é de um analfabetismo histórico impar.  .

Necessária e oportuna  sim a Obra repelida por Gullar, posto que a população negra não só deve como tem por obrigação registrar sua trajetória e sua contribuição nas mais diversas expressões artísticas que construíram.Se diferente ,toda esta riqueza cultural se perderia, posto que nenhum de nós- brancos o faríamos, por desinteresse ou por falta de competência mesmo para pesquisa de tamanha envergadura.

O artigo de Gullar legitima os crimes praticados pela elite branca brasileira que desde os primórdios de nossa colonização tirou do negro todos os direitos e feriu com ferro e chibata sua dignidade, seja pela exclusão social, seja pelo escravagismo. Barbárie, que em diferentes moldes e formas, infelizmente, até hoje perdura!

Existe sim Gullar a música negra, a cultura negra, a poesia negra, a literatura negra, e ela deve ser catalogada, descrita e registrada - antes que esquecida, sem que se pretenda assim promover rotulações, estigmas ou exclusões pela cor da pele.

Vale lembrar que mesmo analfabetos, o legado dos escravos para formação cultural brasileira, via transmissão oral, é irrefutável e de valor inestimável.

O Brasil é feito de negrura, sim!  E nenhum Gullar suficiente para tirar a negritude que corre nas veias e veios de nossa brasilidade.

Já tardia a hora de exterminarmos com a hipocrisia que veladamente acoberta o racismo em nosso solo, assumindo definitivamente que a cultura nacional tem pilares negros, por tal  merece e deve ser apresentada para todos os brasileiros, negar seria rasgar o passado e  a formação étnica do País.

Gullar, de forma soberba e negrofóbica, pretende apagar nossas origens em detrimento de uma superioridade branca na produção intelectual brasileira, mas a literatura negra está viva, presente e tem voz afinada e afiada.

Pergunto: quem é Ele para mudar o curso deste crescente e forte movimento histórico cultural de resgate da Cultura Negra, extremamente rico, oportuno e de mais valia?


Gullar vive ainda, em pleno século XXI, qual  os senhores de engenhos, pretensamente superiores pela carga de melanina. Gullar demonstra em seu artigo a mais distorcida ideologia higienista, bem como repugnante e retrógada miopia cultural.

Urge superarmos todos os complexos excludentes, tanto de branquitude, quanto de negritude, ambos segregam e denigrem nossa condição de humanos: ainda que a senilidade ou loucura de um Gullar levante o estandarte da eugenia sócio racial.

8 comentários:

  1. Valeu Ana Merij, vc. é grande, como Poeta, como Gente!
    Se todos fossem como Vc., que maravilha viver!
    Celina Barros-RJ

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  2. Obrigada Ana Merij, por sua leitura correta e clara, deste episódio lamentável.
    Gullar só pode estar caolho, senil, ou louco mesmo.
    Uma pena, pois perdeu uma boa oportunidade de se calar.
    Parabéns !
    Nara Saião Lemos.

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  3. Absurdo o artigo de Gullar, sua resposta justa e devida.
    Parabéns por sua coragem de contestar este Narcisista.
    LR-RJ

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  4. Querida, li o artigo que enviou, de fato Gullar se mostra preconceituoso. O Brasil é um País de Culturas Múltiplas, indigena, negra, etc..e todas devem ser registradas.
    Parabéns por seu grito humanistico e a favor dos direitos do Negro no resgate e registro de sua história sociocultural.
    Bjs,
    Livia Abdala-Libano

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  5. Conheço Gullar, é um homem soberbo e dono da verdade.
    Parabéns, escreveu o que Gullar merece saber.
    Liana Dalteve-RJ

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  6. Nana querida,
    Bravos!
    Um homem que defende a pedofilia deveria é estar
    internado em algum manicômio, uma vez que cadeia, neste país, nós sabemos a vergonha do que acontece a respeito.
    Pelo menos isolado estivesse em um hospício pela periculosidade que o caracteriza.
    Quanto ao preconceito contra a literatura negra,
    outro motivo de prisão.
    Vive Gullar em tempos em que preconceito é crime.
    Mas...prisão, cadeia?
    Qual é a minha?
    Estou delirando.
    Este é o país das impunidades, não posso
    me esquecer.
    Parabéns, Nana, pelo forte protesto que espero
    ecoar por este Planeta todo,
    bjs,
    Eliana Crivellari-BH-MG

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  7. Amigas e Amigos,
    Agradeço a leitura e comentários. Certamente este artigo resultará em protestos dos que veneram Gullar, e tb. pq. Gullar é um Poeta renomado e etc e tal, mas como Ser Humano- conheço bem, é examente como afirmoi: raso de princípios e de valores míopes.
    Quando declarou sua prostituta opinião sobre Pedófilos, fiz parte do Grupo que solicitou a Ele, um encontro para que se explicasse , mas o Tal se fez de desentendido e se manteve pró Pedofilia, racista Ele sempre foi. Quem conhece Gullar sabe. Mas, como disse Eliana, punição para seus barbarismos hediondos, quem dará?
    Resta-nos rebater e protestar, o que farei enviando para Gullar minha posição aqui descrita: MESMO SABENDO QUE TUDO CAIRÁ EM OUVIDOS MOCOS-LOUCOS.
    Bjs, anamerij

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  8. Compartilho o seu texto no meu blog: sergioballouk.blogspot.com

    Um dia ouvi uma frase, não sei de quem é, muito apropriada para o momento: Os canalhas também envelhecem...

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Obrigada!
nanamerij