sábado, abril 14, 2012

toma - me como se fora água da fonte

_ tangências _



1.
qual adaga, afiada e áspera tua imagem
bem  maior que o grito corta-me ,e arde
                                      escava-me sem piedade ...


2.

mil dias espreitei-te à flor da pele
feri-me nas curvaturas das horas
                      arranhei  auroras...



3.
invadi desejos nos vazios dos corpos 
entre  volúpias tristes rasurei sonhos
                              destelhei ossos...



4.
hoje  te chego, assim cansada e insone
toma - me como se fora  água da fonte
tece-me no horizonte de tua carne nua
        ainda que seja, até a próxima lua...

anamerij


2 comentários:

  1. Nana,
    Sua poesia tangencia-me profundamente a alma, sequiosa da beleza das palavras e dos versos,
    tecidas em ímpares horizontes.
    Parabéns,
    Beijos,
    Eliana Crivellari

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  2. Foi notável o modo como a Ana Merij abordou o tema da guerra. Um flagelo que atingiu a humanidade, desde sempre.Os povos, desde sempre se guerrearam. Pelos motivos mais fúteis se pegava nas armas, se matava, se massacravam populações inteiras.
    Com o evoluir dos tempos, a guerra revestiu-se de contornos diferentes: Sempre injusta mas, muitas vezes, em nome da Paz, paz que não era exercida, e em que milhares ou mesmo milhões de inocentes foram sacrificados, trucidados, quais peões de um tabuleiro de xadrez, ínfimas peças consideradas de menor ou nula importância.
    Como tudo na vida, também os objectivos da guerra continuaram evoluindo...Muitas vezes, em nome da libertação de povos oprimidos pela tirania dos seus chefes, se desencadeia um conflito. Mas será pelo amor dedicado a esses povos que ele se declara?... Infelizmente, não. Por detrás do altruísmo apregoado e tendo, como pretexto, altos mas inexistentes ideais, se treina e concretiza a chacina de populações indefesas...
    Gostei muito de a ler, Ana Merij. Os meus parabéns.

    Maria Luísa Figueiredo da Silva
    Portalegre-Portugal

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Obrigada!
nanamerij