Um certo Narciso…
[Para quem interessar , deve!]
Gostava tanto de si, que tratou de buscar uma serva-rica para se casar. A mulher , lustrava três vezes por dia sua pele,suas vestes, seu ego, seus espelhos .
Ritual sacro, repetido também todas as noites , nos silêncios escravos da alcova.
Ele, qual pavão exibia as penas brilhantes por onde passava, certo de que todos os olhares do mundo fitavam a luz [que pensava] , irradiante e irresistível.
Ele, qual pavão exibia as penas brilhantes por onde passava, certo de que todos os olhares do mundo fitavam a luz [que pensava] , irradiante e irresistível.
Assim, tão bem cuidado , postou-se dentro de sua própria vitrine, como se fora um diamante raro.
Tanto exibiu-se , que sequer percebeu-se Homem pretérito, tempo vencido, vitrificado.
O que resta d’Ele?
-Um amontoado de cacos!
nAnadeabrãomerij
[in, Dos Contos Mínimos]
Amei Nana, bom demais. Tomara os Narcisos leiam.
ResponderExcluirRindo muito, vc. é demais.[Sei quem é a figura...rs...rs...]
Maria Zélia
Eles são tantos, que devemos tomar cuidado para não cortar os pés...rs...
ResponderExcluirMaria Elvira-BH
Nana, lembro quando escreveu seus Contos Minimos, e este é um dos que muito aprecio, até pq. sei quem é a figura -personagem, e vc. diz a verdade, nada mais que verdade, de forma lindamente poética.
ResponderExcluirBeijos grande,da Val