_ quisera descarnar o ódio _
o poema vocifera em meus lábios
não há fuga possível, ainda que habite distâncias
a barbárie desperta palavras contidas com suas esporas
fere o verbo escondido com suas afiadas lanças
quisera esconder-me num lugar de nome bonito
buscar outras rimas, filhas da terra a brotrar entre os hibiscos e magnólias
não aqui, posto que a bestialidade do homem se anuncia em derramas de ódio
nos destinos de mércias,elisas e patrícias, neste luto brutal de todas as horas
quisera a morada de outrora
quando debruçada sobre o nada
cantava encarnações de alegrias
por dilúvios de horas alvejadas
nos rios de inaugurar magias
sim, o silêncio era ontem
não este que me acende agora
imundo de fêmeas-mortes
hoje , o silêncio da ignominia é quem me acorda
nestes versos sujos de sangue, tecidos na revolta
quisera descarnar os corpos dos assassinos
alimentar os lobos com suas almas pérfidas
e,despida de piedade ouvir seus uivos-gritos
oh! deus quisera...
o teu cajado, o teu juízo, a tua mais forte ira :
-para justiça da dor destas mulheres-meninas!
nAnadeabrãomerij
Um poema verdade- muito bem conseguido.
ResponderExcluirBkjs, Valentina
Poesia forte, um grito por cada vítima da maldade humana.
ResponderExcluirParabéns!
João Gouvea-RJ