sexta-feira, agosto 26, 2011

não aqui, posto que a bestialidade do homem se anuncia em derramas de ódio

_ quisera descarnar o ódio _


o poema vocifera em meus lábios
não há fuga possível, ainda que habite distâncias
a barbárie desperta palavras contidas com suas esporas
fere o verbo escondido com suas afiadas lanças


quisera esconder-me num lugar de nome bonito
buscar outras rimas, filhas da terra a brotrar entre os hibiscos e magnólias
não aqui, posto que a bestialidade do homem se anuncia em derramas de ódio
nos destinos de mércias,elisas e patrícias, neste luto brutal de todas as horas


quisera a morada de outrora
quando debruçada sobre o nada
cantava encarnações de alegrias
por dilúvios de horas alvejadas
nos rios de inaugurar magias


sim, o silêncio era ontem
não este que me acende agora
imundo de fêmeas-mortes


hoje , o silêncio da ignominia é  quem me acorda
nestes versos sujos de sangue, tecidos na revolta


quisera  descarnar os corpos dos assassinos
alimentar os lobos com  suas almas pérfidas
e,despida de piedade ouvir seus uivos-gritos

oh! deus quisera...
o teu cajado, o teu juízo, a tua mais forte ira :
-para justiça da dor destas mulheres-meninas!

nAnadeabrãomerij

2 comentários:

  1. Um poema verdade- muito bem conseguido.
    Bkjs, Valentina

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  2. Poesia forte, um grito por cada vítima da maldade humana.
    Parabéns!
    João Gouvea-RJ

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Obrigada!
nanamerij