domingo, novembro 20, 2011

Feminicidio, não é meramente um crime passional, mas um crime de ódio...


Eles continuam matando... 
Até quando?


Apesar da Lei Maria da Penha, apesar das inúmeras Campanhas contra o Feminicidio, a violência contra mulher aumenta de forma assustadora. Certo é que a proteção e as políticas públicas de Amparo a Mulher Violentada - incipientes e ineficazes: Eles, os agressores, não temem a lei ou a justiça- porque quando denunciados, e "se" dado prosseguimento a ocorrência, recebem no máximo advertências leves, tais como afastamento calculado em metros, e as mulheres, após O DENUNCIAR ficam mais frágeis e mais expostas ao ódio de seus agressores, fortalecidos na ira, pela revolta resultante da reação-atitude, contra Eles efetuada, se tornam mais ferozes e vingativos.

Estes “Seres” [que não sei classificar na escala da fauna] são hábeis e astutos, burlam as determinações legais, utilizam de ardis para se reaproximarem de suas presas, descobrem os endereços dos abrigos onde às vitimas são acolhidas, seduzem , enganam, e quase sempre conseguem reatar os laços de convivência, retomando assim o ciclo da violência, agora mais forte e de alto risco para a Vida de suas Presas. Como os Lobos, Eles mudam de pele, mas não mudam suas naturezas.
Vejamos o modus operandi deste Ciclo, no breve estudo abaixo descrito:

Ciclo da Violência Doméstica


Com três fases, o ciclo da violência doméstica mascara ainda mais as agressões, já que elas aparentemente cessam na fase do arrependimento e a vítima acredita na mudança de comportamento do agressor. Essa parece ser outra justificativa para tantas mulheres desistirem da denúncia.

Na primeira etapa do ciclo o homem explode e comete ações de violência física e psicológica, como xingamentos e surras. Após a explosão, a fase de arrependimento faz com que o agressor peça perdão. O pedido de desculpas normalmente vem com promessas do fim da violência. Terminando a fase do arrependimento, a "lua de mel" começa e o companheiro não parece ser o mesmo. "Às vezes ele ficava tão carinhoso que eu podia jurar que o tormento tinha passado. Trazia flores, falava que me amava e eu sempre perdoava", lembra M. É nesse momento que a mulher se "desarma" e acredita que o marido pode ter mudado, mas o ciclo recomeça.

Junte-se a vulnerabilidade da Mulher - quer seja afetiva, cultural ou financeira, a inoperância do sistema, e o Monstro que mora no Homem, vai-se avolumando, é dessas fragilidades que Ele se alimenta.

Tais Indivíduos só se entendem Machos [quando na maioria dos casos nem sexualmente se sustentam- vide impecável artigo sobre o tema, de Valentina Latiffa-aqui] se estiverem no comando. E se a Mulher anuncia qualquer reação ao jugo, o Monstro vem à tona, avança sobre Ela , estupra, achincalha física e moralmente, bate, abate, mata!

Feminicidio, não é meramente um crime passional, mas um crime de ódio: a qualquer momento do encontro afetivo, em tais criaturas o desejo ensandecido de posse se converte em uma pulsão de extermínio: só a morte é capaz de silenciar o incômodo pela existência do outro.

E assim, a Violência contra a Mulher se perpetua.
Eles continuam matando... matando !
Até quando?


4 comentários:

  1. ARTIGO, FORTE, TOCA NO PONTO.DIZ TUDO!
    Bravo Ana Merij.
    Zélia-BH

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  2. É minha querida: Até quando? Nossas Mulheres morrem caladas, abandonadas , desprotegidas..vivemos um verdadeiro massacre .
    E os Assassinos, soltos por ai...
    Rosa Clemente

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  3. Bravos, Nana!
    Escrever é transformar os piores momentos da humanidade em possibilidade de reflexão e, quiçá, de superação.
    Enquanto corpos vitimados caem inertes, sejam as suas palavras, somadas às da nossa Filipa - gostei do link para reler a nossa eterna colunista - uma arma pacífica contra calibres
    assassinos e monstruosos.
    Uma coisa é certa: não dá para continuar como está, e salvas e loas para vocês que se fazem
    a voz contra barbaridades que ainda ocorrem,
    em pleno sec. XXI.
    Obrigada, querida,
    parabéns,
    bjs,
    Eliana Crivellari - BH-MG

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  4. Querida, seu brado é o silêncio assassinado de nossas Mulheres e Meninas, a quem a vida nem deu Voz.
    Bjs, Val

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Obrigada!
nanamerij