domingo, julho 31, 2011

enquanto dobram os sinos...

              

                _ a hora do ângelus _






enquanto dobram os sinos ...

o templo ressona morno

sob as ladainhas das aves

em piruetas na sobretarde

no sacrário a paz dos Absolutos

e o seu pão de cada dia abrigado

na dispensa sacra- ventre lacrado



enquanto dobram os sinos...

escorrem nos degraus bentos [?]

esqueletos humanos de olhares apodrecidos

o peito da mulher a se esgarçar em sequidão

na boca moribunda e desesperada do menino



deus flana os céus nas trilhas  das balas

cortando nuvens entre o vidigal e a rocinha



e o que me resta é este rastro-agonias

este pó erguido...   da minha fé exígua

nAnadeabrãomerij

Um comentário:

  1. Se este Poema não passasse em vão por todos aqueles que têm "(...) o seu pão de cada dia abrigado/na dispensa sacra-ventre lacrado (...)", teríamos um mundo mais justo e mais fraterno.
    Que a vergasta deste Poema nos fustigue a consciência!
    Abraço
    Maria João Oliveira

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Obrigada!
nanamerij