_ para dizer adeus _
( para Jacinto- o irmão que virou horizonte)
foi ele ...
quem plantou esse embondeiro dentro de mim
ensinou-me a beber do sumo para engordecer alma
no tempo em que a vida corria anil sobre nossos dias
foi ele...
quem colocou em minha boca esse gosto de geografias
essa fome insaciável por descobrimentos de terras longínquas
foi ele...
quem escreveu minha carta de navegação
e esse querer absoluto de ser mar e navio
agora...
com um precipício dentro do peito
quando ausência ultrapassa o grito
quando extinta qualquer primavera
quem juntará meus fragmentos:_como puzzle?
por todos os deuses:
amordacem as sirenes
aquietem os sinos do convés
apaguem o marulho das vagas
calem esse silêncio salitre do adeus
quero somente cerrar as pálpebras dessa dor
quero purgar-me nas sombras do meu baobá
sangrar versos até o suspiro final da poesia:
- porque para a morte não há metáfora!
nAnadeabrãomerij
Não há mesmo querida, qualquer metáfora para nossas perdas de entes queridos. Lindo poema-pranto.
ResponderExcluirLuiza .L.-rj