domingo, outubro 16, 2011

a palavra que professo brota nos veios da ignomínia


_ poema sujo de sangue_



[Para as Vítimas de Feminicídio em Pernambuco]


grito esta  palavra jogada pelo chão,professo
sua face suja de quem andou mil voltas a colher migalhas
pelos bueiros e valas,ferida na alma por desterro dos céus

 
de suas mãos escorre o  sangue dos ventres mudos
que jorra de mortes fêmeas,e das chagas das filhas de eva
qual restos jogados pelos caminhos como se fezes e entulhos

 
a palavra que professo brota nos veios da ignomínia
é podre,é purulenta,é nauseante,é cancerígena
 
fere o olfato da humanidade:-irrita sua hiprocrisia!
 
nAnadeabrãomerij

2 comentários:

  1. Grande Nana, mulher-poema, mulher de fibra,guerreira!!!!!!!!!!!!!
    Bjs
    Belvedere

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  2. Dizer o quê diante este poema? Calar, admirar e refletir. Seu domínio da palavra poética ultrapassa a dor, toca a alma, rasga a vida.
    Bjs, Valentina

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Obrigada!
nanamerij